Bia Maria, uma voz de Ourém que “grita” pela descentralização da Cultura
“Estou a fazer música em Ourém, quando à partida, prevalece a ideia de que os artistas emergem todos nos grandes centros urbanos e culturais, como Lisboa ou Porto. Isso não é verdade. Os artistas podem nascer em qualquer lugar do país” (Bia Maria)
“Qualquer Um Pode Cantar” é o primeiro álbum da cantautora oureense Bia Maria. Um tributo aos artistas que se afirmam fora das grandes metrópoles e à música que acontece “em qualquer lugar”. “Filha da Ourém”, a viver na aldeia da Gondemaria, Bia Maria (26 anos) fez questão de apresentar o seu primeiro grande trabalho discográfico no palco do Teatro Municipal de Ourém (TMO). Numa noite “mágica”, juntou amigos e encantou os presentes com a generosidade da partilha, na comunhão da sua voz em afirmação, com a voz de muitos que admira. Bia Maria é uma artista oureense em ascensão. Uma mulher com voz, que canta não só as suas inquietações mais pessoais, como as ânsias de uma geração de mulheres à procura do seu lugar no mundo.
No teu cartão de cidadão diz que te chamas Beatriz Pereira. Porquê Bia Maria?
Na verdade, até nem há uma explicação muito artística. Gosto muito do nome Maria. Antes de a minha irmã nascer, pedi aos meus pais que ela se chamasse Maria. Mas eles não quiseram e ficou só Inês. Então, fiquei sempre com esse “bichinho” na ideia. E a certa altura, os meus amigos, na brincadeira, começaram a chamar-me Bia Maria. Aquilo começou a soar e quando tive de escolher um nome artístico [porque não queria ser só Beatriz], soou novamente. E fez-me sentido, até porque é um nome muito português. Ficou Bia Maria. Fica no ouvido. Rima.