“O bichinho” da pintura “entrou de tal forma que não dá para sair”
Não tem consciência do momento em que lhe despertou o gosto pelo desenho. Das suas memórias faz parte o tempo em que desenhava em sacas de ração, disponibilizadas pela mãe. Mas também aqueles momentos em que utilizava o carvão da fogueira para embelezar as paredes de tijolo do galinheiro e currais de outros animais. Depois, vieram os cadernos e embora possa ter hibernado algum tempo, este gosto foi-o acompanhando ao longo da vida até explodir no período da pandemia. Foi então que, para ocupar o tempo, voltou a pegar nos esquecidos pincéis e telas e desabrochou como artista.
“Não sei o que é ser artista”, explica Bruno Ferraz. Mas, se significar “pintar com sentimento”, descobriu isso nos últimos dois anos, confessa ao Notícias de Ourém. Foi então que “comecei a sentir a pintura”. O clique deu-se quando trocou o óleo e o acrílico pela aguarela, mas, modestamente, vai argumentando não saber “se algum dia vou dominar” a aguarela. No entanto reconhece que, esta técnica, trouxe-lhe uma “espontaneidade” que acabou por “melhorar bastante a pincelada”.
O seu “traço de ilustrador” foi incentivado por Gabriel Lagarto, com quem participou na última edição de “O Recreio”, no Sobral, a 5 de outubro, a trabalhar ao vivo, para além de ter trabalhos expostos. A experiência foi “extraordinária, diz. “Pintei lá um dos meus melhores trabalhos, realça, numa referência à aguarela inspirada na fábula “A raposa e as uvas”. Mas ele é o artista que considera que o seu melhor trabalho, foi o último.