Crónicas da Minha Terra 

Alburitel/ Angola/ Saurimo/ AB4 (Aeródromo-Base 4), sessenta anos depois 

Parte I 

Conforme prometi na minha última crónica neste jornal, a 12 de Julho, eis-me aqui a tentar uma descrição da viagem a Angola com mais sete colegas da Força Aérea Portuguesa dos anos de 1964 até 1975. Embarcámos no voo TP 289 no dia 18 de Agosto para Luanda, às 23h30. Descolagem da pista 03 no Airbus A330 NEO (New Engine Operational). Subir, virar à direita, atravessar a Ponte Vasco da Gama, Setúbal, Tróia, com a costa portuguesa sempre à esquerda sobrevoámos Portimão e entrámos em Espanha, Sevilha, Málaga, atravessar o mar Mediterrâneo para Marrocos, Argélia, sobrevoar o deserto do Sahara, Níger, Nigéria, Congo, Cabinda e Angola, Luanda. Distância Lisboa-Luanda 5757 Km, voados a uma altitude de 39 mil pés, à velocidade de 0.9 MACK, heading 140º (mais ou menos). Aterrámos em Luanda às 07h30 da manhã. Alfândega sem problemas; tínhamos o Brigadeiro angolano João Pinto à nossa espera. Seguimos para a nossa antiga BA9 (antiga Base Aérea 9), onde bebemos um café no bar dos oficiais. Às 9h30 embarcámos em avião militar russo (Ilyushin) da Força Aérea Angolana com destino ao “nosso” AB4 de Henrique de Carvalho, agora chamada Saurimo. Viagem de hora e meia. O nosso entusiasmo a tirar fotos! Mas fomos aconselhados a não o fazer, pelo menos em instalações militares. Razões de segurança, possivelmente. Na pista do aeroporto estava a receber-nos o comandante militar da Base. Dirigi-me a ele para o cumprimentar e disse-lhe que estivera lá em 1964; ele respondeu “Isso foi o ano em que eu nasci!”. Lá seguimos para o centro da cidade, todos admirados, pois no nosso tempo não havia casas e agora todo o caminho, cerca de 4 Km de asfalto, tinha casas de um lado e de outro. Check-in no hotel; descansar um pouco. Na próxima crónica darei pormenores da estadia. Abraço para todos os leitores deste jornal, 

César Dias