Louvor aos Catequistas
Por Padre Jorge Guarda
Estamos em tempo de reinício das catequeses nas paróquias. Para isso se trabalha com a direção, os catequistas e os pais. Estes fazem as matrículas dos seus filhos, conforme as disponibilidades de horários, tendo em conta o trabalho profissional, as atividades dos mais novos e as ofertas que as paróquias podem oferecer. Em todo este processo, tem um papel importante os catequistas. Quem de nós não recorda um ou outro que deixou uma marca muito positiva na nossa vida?
Quem são os catequistas? São todos aqueles que contribuem para a educação e crescimento da fé de outros. No passado domingo, 28 de setembro, no seu encontro com os catequistas que foram a Roma, para a celebração do jubileu, o Papa Leão XIV definiu o catequista como aquele que instrui de viva voz, que faz ressoar a Palavra de Deus com a própria vida. “Por isso, – afirmou o Papa – os primeiros catequistas são os pais, aqueles que primeiro nos falaram e nos ensinaram a falar. Assim como aprendemos a nossa língua materna, também o anúncio da fé não pode ser delegado a outros, mas acontece no lugar onde vivemos. Em primeiro lugar, nas nossas casas, à volta da mesa: quando há uma voz, um gesto, um rosto que conduz a Cristo, a família experimenta a beleza do Evangelho.”
Além dos pais e outros familiares, a educação na fé realiza-se também nas comunidades cristãs, onde existem crentes que nos dão testemunho da vida cristã e nos ajudan a crescer nela. Entre eles estão aqueles que assumem o serviço da catequese e acompanham as crianças, os adolescentes, os jovens e mesmo os adultos no seu caminho de escuta e conhecimento de Deus. Não o fazem simplesmente para partilhar ideias e experiências pessoais, mas para comunicar a fé de toda a Igreja católica. Diz Leão XIV: “Cada fiel colabora na sua obra pastoral, ouvindo questões, partilhando provações, servindo o desejo de justiça e verdade que habita a consciência humana.” E continua: “É assim que os catequistas ensinam, ou seja, deixam um sinal interior: quando educamos na fé, não damos uma lição, mas plantamos no coração a palavra da vida, para que ela dê frutos de vida boa. Ao diácono Deogratias, que lhe perguntou como ser um bom catequista, Santo Agostinho respondeu: «Expõe tudo de modo que quem te ouça, ouvindo, acredite; acreditando, espere; e esperando, ame» (De catechizandis rudibus, 4, 8).”
Se, de certo modo, todos podemos e devemos ser catequistas porque ajudamos outros a conhecer e a amar a Deus, merecem o nosso reconhecimento aqueles que, semana a semana, gastam parte considerável do seu tempo no acompanhamento de crianças e jovens para crescerem e se fortalecerem na fé. São pessoas voluntárias que, pelo impulso da sua própria fé, assumem generosamente o serviço de a fazerem crescer nos outros com as suas palavras, atitudes, gestos e obras. Lideram grupos, relacionam-se com os pais e educadores e introduzem aqueles que acompanham na celebração
comunitária da fé e ajudam os mais novos a saber orientar-se e viver em conformidade com o Evangelho de Jesus.
Os catequistas desejem e pedem o apoio dos pais. Se há muitos que o fazem, outros há que ficam distantes e podem até passar um ano sem verem o catequista do seu filho e falarem com ele. Há até os que não compreendem os catequistas e pouco falta para lhes exigirem que façam a catequese quando e como eles querem. Não pode ser! Têm de ser aliados e colaboradores dos catequistas. Só desse modo é que a catequese pode dar frutos nas crianças, jovens e adultos, experimentando que a fé cristã os ajuda a viver melhor no seu dia a dia.
Os catequistas merecem e precisam do nosso reconhecimento e apoio. Só assim podem desempenhar bem a sua missão. Eles são dignos do nosso louvor e gratidão.