O vime da nossa terra
A vida de uma artesã ouriense
Perto do Castelo, encontra-se Isabel Sousa, uma das últimas artesãs do nosso concelho. A cestaria é a sua paixão e procura preservar esta tradição tão portuguesa. O Jornal Notícias de Ourém esteve em conversa com a artesã, onde se falou do artesanato e da cultura portuguesa.
Por Eva Gomes
Isabel Sousa, nascida e criada em Ourém, reside no Vilar dos Prazeres. Diz que “talvez seja a última artesã de Ourém”. Dedicou toda a sua vida à cestaria, uma forma de artesanato popular em que se faz produtos com vime. Apesar desta não ser a sua única forma de rendimento, veste o título de artesã.
Como Isabel, existem ainda algumas pessoas que se dedicam à produção de produtos feitos à mão, por todo o país. Apesar de se tornarem cada vez menos, são estas pessoas que lutam pela preservação do património português.
Portugal tem uma longa tradição artesanal. Enraizado na nossa cultura, e em parte pelas características rurais do país, o artesanato foi em tempos uma forma de sobrevivência. De acordo com o Programa Saber Fazer, iniciativa criada pelo Ministério da Cultura, a produção artesanal assume o papel de fonte de rendimento das famílias rurais, nos séculos passados. Num contexto pós-revolução industrial, caiu em desuso, e acabaram por se perder as práticas.
A prática artesanal, por norma, passa de geração em geração nas famílias artesãs. Pais ensinam filhos, avós ensinam netos, e por aí fora. Este é o caso de Isabel, que vem de uma linhagem de cesteiros.
Para além de vender os seus produtos, Isabel já expôs as suas obras em feiras internacionais. Em breve, não tendo ainda data confirmada, irá participar de uma performance em colaboração com jovens bailarinas. O projeto junta dança com os trabalhos de vime, numa celebração da cultura.
(Reportagem completa no Jornal Notícias de Ourém, edição de 31 de janeiro de 2025)