Um lar de afetos

Depois de, na semana passada, termos falado com a directora da Casa Dr.Alves, é agora a vez de o fazermos com a directora do lar de idosos, também da Fundação Dr.Agostinho Albano de Almeida. As duas valências constituem o mérito reconhecido desta instituição, reconhecida pela forma com que trata as suas crianças e os seus idosos. O segredo está em serem uma família de verdade, marcada pelo amor e pelo carinho.

O hospital trará o aumento de lugares de que nós precisávamos muito. Neste momento temos 64 utentes e vamos passar a ter 80 em lar.


Notícias de Ourém (NO) – A Fundação Dr. Agostinho Albano de Almeida é uma instituição mais do que reconhecida em Ourém que, para além da Casa Dr. Alves, tem também esta valência de lar que já não chega para quantos querem vir para cá e que está a crescer com a anexação do espaço do antigo hospital, actualmente em obras.
Há quem pense que o hospital vai continuar a ser um “hospital de retaguarda”, ou seja uma unidade de cuidados continuados. Mas não é assim…

Andreia Marques (AM) – Não é. O hospital vai funcionar como
lar também. O hospital trará o aumento de lugares de que nós precisávamos muito. Neste momento temos 64 utentes e vamos passar a ter 80 em lar.
Para além disso, temos o Centro de Apoio Domiciliário e 4 apartamentos. Ou seja, na prática ficamos com 12 lugares mais.

NO – Deduzo que nos apartamentos estarão pessoas mais autónomas, capazes ainda de se organizarem no dia a dia.
AM – Em tempo eles faziam a sua vida de forma autónoma, no apartamento, mas hoje fazem as refeições connosco, apesar de terem a sua independência e uma privacidade diferente, mas acabam por estar mais tempo aqui connosco. Ou seja, fazem as suas refeições aqui, participam nas actividades todas e interagem com os outros utentes. Depois têm um espaço mais reservado à sua privacidade.

NO – Falou-me das vossas actividades, sabemos que uma das vossas preocupações passa por manter os vossos utentes activos e com ocupações que vão desde trabalhos manuais à dança… 
AM – Sim, sim. Tentamos mantê-los sempre activos, obviamente que sim dentro das suas possibilidades. E tentamos sempre inovar com algumas coisas. Agora temos a ginástica também, dinamizada pelas colegas, temos um grupo de relaxamento, que é dinamizado pela enfermeira Joana, que é especialista em saúde mental, bem como outras actividades que vão mais ao foco. Quanto a estas, pretendemos enfatizá-las, um bocadinho, no próximo no próximo ano. 
O Covid veio destabilizar um bocadinho toda a nossa dinâmica, por várias razões, porque estiveram fechados, perderam alguma autonomia, alguma independência… E agora nós queremos retomar essa dinâmica como tínhamos antes, apesar de continuarmos a fazer muitas coisas com eles.  

NO – Quem conhece esta casa sabe que aqui se está em família, que mantém as suas ligações. Hoje (sexta-feira) foi a festa de Natal e, como sempre, contou com a participação dos próprios utentes. 
AM
– Sim. Nós fazemos coisas muito simples, porque eles são pessoas idosas e que não têm disponibilidade para fazer grandes coisas. Primamos por fazer coisas mais simples, indo ao encontro das necessidades, das expectativas e dos gostos também deles. E eles têm gostos próprios. Gostam de situações muito específicas. Uma coisa de que eles gostam muito é o Acordeão. Por isso, hoje convidámos o Manuel Brás e ele veio cá animar a tarde tal como a Zaida. E assim, tiveram uma tarde bem passada. 

Por outro lado, também temos dois estagiários, da área do desporto, do Colégio São Miguel, que até Junho estão connosco, à quinta e à sexta-feira, o que é sempre uma mais-valia também.  

(Entrevista completa no Jornal Notícias de Ourém, edição de 27 de dezembro de 2024)