Incertezas e horários complicam a vida das escolas de artes 

Após termos feito um apanhado sobre o início de ano lectivo em algumas escolas do concelho de Ourém, procurámos também saber o que se passa com o ensino articulado. 

Falámos, assim, com Fernando Marques, da Ourearte, que começou por nos explicar como funciona o ensino musical escolar. “As crianças inscrevem-se nas aulas curriculares normais mas querem ter ensino especializado em arte e, para isso, inscrevem-se nessas aulas, levando à formação de turmas para essas opções”. Este ensino assume-se então como uma disciplina igual às outras com notas que contam, também, de igual modo, no final de cada semestre. 

Incertezas quanto a financiamentos  

Se até aqui tudo está a decorrer normalmente, “há um problema”. É que, “até agora, ainda não se sabe quantas crianças serão financiadas pelo Governo”. Para se inscreverem numa turma, as crianças também têm que estar inscritas numa escola de ensino artístico. As candidaturas fazem-se por ciclos de cinco anos, do 5º ao 9º ano, tendo tal acontecido no mês de Agosto mas, nesta altura, as escolas continuam sem saber quantas crianças têm apoio o que “leva as escolas a iniciar o ano sem saber se vão ter, ou não, o devido financiamento”. Contudo, as escolas têm que começar a pagar, de imediato, aos professores, do mesmo modo que as obriga a ter os instrumentos necessários à aprendizagem. Imagine-se que há uma turma de 30 alunos mas, a seguir, o Ministério vem dizer que só financia 20. Por questões óbvias e de ética, a escola não vai mandar embora os dez que não são financiados e vai ter que suportar a despesa decorrente de todos os alunos.