Eleições: Uma nova experiência
Três jovens eleitores do concelho, a exercer o direito pela primeira vez, partilharam as suas perspetivas sobre este momento.
Maria Carolina
“Votei pela primeira vez nestas legislativas, no meu concelho, Ourém.
Numa fase inicial, confesso que tive algumas dificuldades em tomar uma decisão. A verdade é que ter sentido a pressão de votar pela primeira vez e querer exercer o meu direito num voto em que revejo os meus ideais, fez com que me tornasse uma jovem mais interessada nesta vasta área da política. Tentei manter o meu espírito crítico aceso, nas análises que fazia, e para com as opiniões que ouvia. Sinto que se tornou mais fácil escolher depois de estar devidamente informada!
Sim, tenho uma orientação ideológica bastante bem definida. Acho que é natural existir uma tendência. No entanto, acredito que é também importante fazer uma análise que vá além dos nossos ideais. Isto é, se sentirmos que votar noutro partido possa ser vantajoso para o panorama geral, por exemplo.
[Relativamente à campanha eleitoral] Sem dúvida que tem alguma importância. Não toda, atenção! Acredito que a campanha aproxima os representantes partidários aos eleitores. Acredito também que os debates, entre os diferentes representantes (se é que contam como forma de campanha), sejam a principal forma de discussão de medidas políticas e, por este motivo, considero que tenham sido importante fator na minha tomada de decisão.
[De onde surgiu a consciência de que é importante votar?] Bem, esta pergunta daria pano para mangas! Recentemente celebrámos o Dia Internacional da Mulher. Acredito que muita gente não saiba o porquê de celebrarmos este dia e o quão relacionado está com o direito ao voto e à falta de liberdade de expressão feminina que se vivia na altura. Mas adiante… Assumo que a consciência de que é importante votar surgiu do valor que dou à minha liberdade de expressão enquanto cidadã. E que bom (e necessário) é poder exprimir livremente as minhas opiniões, enquanto parte desta força coletiva que é o povo.”
Francisco
“Votei no centro de voto em São Jorge. Não foi particularmente difícil. Apesar de não estar totalmente seguro em quem ia votar, já tinha definido em quem poderia votar e em quem nem sequer daria o benefício da dúvida. Diria que não me arrependo do voto que pus dentro da urna. Tenho uma orientação ideológica definida, que, apesar de algumas flutuações nalguns assuntos, se mantém sem qualquer sombra de dúvida.
[A campanha] não foi muito importante [para a minha escolha], mas os debates clarificaram as minhas opções de voto, se isso contar como parte da campanha eleitoral.
Votar é direito e dever cívico. Apesar de compreender o porquê de certos indivíduos não irem votar, seja por preguiça ou por falta de fé no valor do seu voto, não acho que seja algo que dê assim tanto trabalho para não dedicar alguns minutos do dia a realizar, nomeadamente na população mais jovem.”
André
“Eu votei pela primeira vez na Ribeira do Fárrio. A minha opção acho que foi uma escolha natural nestas eleições, foi o partido que em minha opinião apresentou as melhores propostas para os jovens.
Neste momento identifico-me mais com a direita, mas eu não ligo muito se é direita ou esquerda; se algum partido da esquerda apresentar melhores propostas eu voto, por isso considero-me parte do eleitorado flutuante.
Não me parece que a campanha tenha sido muito importante para a minha escolha, principalmente nos debates, onde em vez de se discutir o que importava a maioria deles serviu para se atacaram uns aos outros.
A consciência de que é importante votar surgiu depois de ver o meu país a afundar-se por causa dos sucessivos casos de corrupção, serviços públicos não satisfazerem as necessidades dos portugueses e impostos altíssimos; ganhei consciência de que se as pessoas não votarem não vai mudar o rumo que o país leva.”