Congresso: Turismo, a indústria da Paz 

«Praticamente a dois anos do início da guerra na Ucrânia e com quase 5 meses de guerra em Israel e Palestina, é fundamental afirmarmos o turismo como instrumento de paz e de concórdia entre povos e nações». Palavras do reitor do santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas na abertura do XI Workshop Internacional de Turismo Religioso e Sustentável que teve lugar nos passados dias 22 e 23 em Fátima. 

Esta ideia do turismo como a indústria da paz, do bem-estar, da felicidade, dos sorrisos, perpassou ao longo de todo o congresso que tinha como base «traçar caminhos» de futuro. 

De entre as diversas intervenções, destacam-se alguns pontos fundamentais a ter em conta nos tempos que correm, tendo como base essa sustentabilidade.  

«Tudo o que mexe causa impacto e o turismo mexe e muito», refere Carlos Costa, professor da Universidade de Aveiro com diversa e liderante actividade na área do turismo. Recorda o também presidente da Plataforma Nacional de Turismo que, actualmente, o turismo é mal visto nas cidades, apontado como o responsável pela inflação e pelos problemas da habitação; contudo não devemos esquecer-nos que «nas décadas de 80/90, as cidades estavam vazias com os centros históricos degradados, onde só encontrávamos bancos e seguradoras». Terá sido graças ao turismo e às suas dinâmicas que se tem vindo a promover a reabilitação das cidades. Para o Professor, há que «pensar o turismo como alavanca de um todo» e aponta as receitas geradas de 25 mil milhões de euros, montante que é 7 vezes o valor das receitas geradas pela AutoEuropa (2,5 mil milhões) ou 10 vezes o valor gerado pelo sector agrícola (2,5 mil milhões), o que prova que o turismo deve ser olhado como «o motor, o combustível da economia nacional».