De volta à Rotina 

_{Editorial por Francisco Pereira}

Esta semana, com o início das aulas, atingimos o regresso pleno à rotina. As férias, para grande parte de nós, são águas passadas. Aquele livro que era para ter sido lido nestas férias ficou por ler e aquela tarefa, também ela prometida para a mesma altura, de arrumar e pôr ordem naquela divisão lá de casa, ficou por concretizar, à semelhança de tantas outras boas intenções que não passaram disso mesmo.

Tarde demais, a rotina instalou-se em todo o seu esplendor e somos absorvidos por ela, não nos sobra tempo para mais nada e aquelas coisas que ficaram por fazer nestas férias, terão que ser adiadas para as próximas. Ainda assim, a rotina não é, necessariamente, uma coisa má. Apesar de, habitualmente, usarmos esta palavra no seu sentido mais pejorativo, de tédio ou repetição, ela também pode significar algo de positivo, trazendo organização e previsibilidade. Se é coisa saudável ou antes um mal necessário, cabe a cada um decidir e fazer dela a melhor versão.

Agora é tempo de cumprir rotinas, a rotina diária da escola ou do trabalho, a rotina anual da vindima e da apanha da azeitona, tarefas às quais, este ano, se junta a rotina quadrienal das eleições autárquicas. Nesta senda, e cumprindo aquilo que é o propósito e o dever do jornalismo, procuraremos, ao longo das próximas edições, apresentar os candidatos autárquicos, as suas propostas e ideias. Contamos entrevistar os cabeças de lista ao órgão executivo municipal, ou seja, aqueles que concorrem ao cargo de presidente da Câmara Municipal de Ourém.

Como é habitual, os meios de comunicação dão palco aos candidatos, mas se pensarmos naqueles que os elegem nem sempre sabemos o que pensam. Então, porque não ouvirmos também os eleitores, as suas ideias e os anseios? Será que as ideias de uns e outros (candidatos e eleitores) se aproximam ou, pelo contrário, se encontram desfasadas? É o que tentaremos perceber com uma nova rúbrica que dará voz às pessoas, a quem elege. Por isso, desafio os eleitores a acompanharem-nos ao longo das próximas semanas que, naturalmente, deverão ser marcadas pela disputa eleitoral.