Os Desafios da Proteção Civil no Médio Tejo e em Ourém
Entrevista: David Lobato, Comandante Sub-Regional de Proteção Civil do Médio Tejo
Nas últimas semanas, David Lobato, Comandante Sub-Regional de Proteção Civil do Médio Tejo, esteve na linha da frente no combate a incêndios que afetaram várias regiões do centro-norte do país. Em entrevista ao Notícias de Ourém, traz-nos um olhar atento e detalhado sobre a atuação da Proteção Civil no território do Médio Tejo e nos desafios particulares do concelho de Ourém. Fala-nos sobre a estratégia de proteção das populações, a coordenação entre municípios, as dificuldades que se mantêm e os investimentos que prometem reforçar a capacidade de resposta da região.
Por, Carla Paixão
Nas últimas semanas esteve envolvido em operações de combate a incêndios no norte do país. Quer partilhar por onde passou e em que circunstâncias?
Sim, sobretudo no centro-norte. Desde o dia 1 de agosto percorri vários pontos: Gerês, Ponte da Barca, Vila Real, Lindoso, Trancoso, Sátão e, mais recentemente, Castelo Branco. Estive cinco dias no incêndio de Arganil, que depois se estendeu ao Fundão, Pampilhosa, Covilhã e Castelo Branco. Fui dar apoio porque, felizmente, no Médio Tejo não tivemos incêndios de grande dimensão, como em 2022, por exemplo, quando em Ourém arderam quase 10 mil hectares. Funciona a lógica da entreajuda: se uma região está sobrecarregada, as outras sobem para apoiar.
Esteve na frente de comando desses incêndios?
Em alguns, como os de Vila Real, Sátão e Trancoso, fiquei eu próprio a comandar a operação. No caso de Arganil integrei a estrutura de coordenação, assumindo o comando de uma frente que avançava para Covilhã, Fundão e Castelo Branco. É um trabalho que exige articulação permanente, porque cada decisão tomada no terreno pode ter impacto em dezenas de quilómetros quadrados.
(Entrevista na íntegra no Notícias de Ourém de 29/08/2025)