Fim de ano 

João Filipe Oliveira, diretor

Há vários fins de ano ao longo do ano, não é só o “ano civil”. Tradicionalmente é em dezembro que pensamos no assunto. Mas também agora nos sentimos em contagem decrescente para o fim de ano. Ano escolar, para muitos, nas gerações mais novas e para as famílias.  

Para os alunos mais maduros, do quinto ao décimo segundo ano, as aulas oficialmente já terminaram, mas muitos deles prolongam um certo aperto, porque a época de exames já arrancou. Férias? Ainda não! É preciso ter calma. 

Os mais novinhos, no ensino pré-escolar e no primeiro ciclo, ficam ainda até ao fim do mês a frequentar as salas da escola. Não sei se podemos verdadeiramente dizer que continuam “em aulas”, porque o ritmo já se foi quebrando, e o cansaço foi acumulando, tanto para alunos como para professores. Ainda para mais quando se sabe que outros colegas de outros anos mais avançados já estão dispensados. Provavelmente já não se aprende grande coisa nestas duas semanas suplementares. Mas é preciso cumprir calendário. 

No ensino profissional também há ainda módulos por acabar e as atividades arrastam-se. Outro grupo que está exausto. 

E depois, há o calor, que se instalou e faz pensar em outros destinos. 

Há, por isso, sucessivos fins de ano escolar. Ora porque as aulas se prolongam, ora porque outras tarefas se sobrepõem. Não é um tempo de alívio, é um tempo de pressão suplementar. Comparo muitas vezes com um nadador inexperiente, que avança lentamente para o topo da piscina e pensa insistentemente na meta que se aproxima tão lentamente que parece ficar mais distante a cada braçada. 

A época de exames é um tempo intenso. É assim para os alunos, que precisam de rever dois ou três anos das disciplinas em que vão ser avaliados, e depois aguentar a pressão dos nervos do dia prova. E os dias suplementares em ansiedade à espera dos resultados. É assim também para professores, chamados a uma tarefa exigente, ora em vigilância de provas e na organização de todo um processo complexo, ora em classificação atenta, conscientes de que o futuro de muitos alunos depende desta etapa. 

Fora das escolas também se pensa no alívio de umas semanas de férias, tanto quanto possível longe de preocupações. 

E o calor, novamente o calor a colocar mais pressão. 

Até porque as férias são ocasiões de reencontros e isso, no fundo, anima-nos a todos. Pensar nas festas, nos convívios, nos familiares e amigos que regressam, constitui um suplemento de alma para reunir ainda um resto de energia e chegar enfim à meta. Bom final de ano para todos! 

JF