Caxarias, vila há 30 anos 

Saúde, estradas e apoios a crianças e idosos são as grandes queixas 

No momento em que Caxarias comemora os seus 30 anos de elevação a vila, quisemos ouvir alguns dos seus habitantes, procurando saber o que mudou nestes últimos anos e o que sentem como mais urgente a ser feito na sua vila. São várias as preocupações, mas ficou claro que a maior de todas, e para todos, é a falta de médicos. 

Rogério Rodrigues, 51 anos 

Mudou pouca coisa e nalguns casos foi para pior. As estradas estão todas esburacadas e o melhor que por aqui fizeram foi a reconstrução das antigas fontes. 

De resto, temos um parque de merendas que não tem nada. Não é mais que um pântano, junto a uma ribeira, que nunca foi devidamente aproveitada. 

Não temos médicos e, como bombeiro, é muito difícil prestar socorro à população, face ao mau estado das estradas. Acabamos por levar muito tempo a chegar. A deslocação para o hospital de Leiria é um horror. Ainda na área da saúde, faltam médicos. Eles até vêm para cá, mas passados 15 dias vão-se embora. 

E, falando nisso, faz muita falta uma VMER em Ourém. Quando é necessária tem que vir de Leiria ou Abrantes ou então a CIP de Tomar ou Torres Novas. 

Por isso, falta fazer tudo isso. Por mais que o presidente da Junta se esforce, faltam-lhe apoios. 

Paula Cristina, 47 anos 

Há mudanças para pior. Para melhor há muito pouco. Na saúde, não temos médicos. Preferia a festa no espaço antigo, junto à estação. Era alcatroado e mais central. Aqui é em terra e faz muito pó. É verdade que há mais espaços, mas, por exemplo, quem gosta de dançar, não pode fazê-lo neste piso. 

Mas o pior é mesmo a falta de médicos. Chego a estar dois, três meses à espera de uma consulta, quer para mim quer para o meu marido que é doente oncológico. Liga-se para o Centro e ninguém atende. Vamos lá e, por vezes, acabamos por receber más respostas. 

João Simões, 35 anos 

Isto está tudo mais ou menos na mesma. Lá vai mudando alguma coisa, mas nada de especial. 

Falta muita coisa. Mais eventos como este, mas em melhores condições. Tínhamos o mercado da vila que podia ser utilizado para este tipo de atividades.  

Temos boas infraestruturas para ter médicos, mas não os temos. 

As estradas também deviam ser melhoradas. 

No fundo, tudo o que depende do poder central está mal. Os problemas vêm de cima. 

Falta uma creche. Temos que deslocar as nossas crianças para o Olival ou Ourém, com grandes gastos. Nós até sabemos que o presidente da Câmara quer fazer, mas faltam-lhe apoios e dinheiro. O jardim infantil é pequenino; falta um parque infantil. Felizmente, a Câmara está a distribuir o dinheiro pelas freguesias em vez de o canalizar todo para Fátima, como já aconteceu no passado. 

Guida Lopes, 42 anos 

Há menos médicos.  

Devia haver melhoramentos nas ruas da vila que estão todas esburacadas. 

Mas fizeram-se coisas bem: a construção do pavilhão multiusos; já temos ATL na escola EB 2,3, o arranjo das antigas fontes… 

Mas devia haver mais ocupação para os idosos, em espaços livres. 

Na verdade, em comparação com outras freguesias, Caxarias está esquecida. O parque de merenda começou a ser contruído há mais de uma década e continua parado, sem poder ser utilizado. Também este espaço, onde se faz agora a festa, devia ser melhorado.