“O azeite da nossa região é maravilhoso. É ouro autêntico. Puro, puro…”
Cooperativa de Olivicultores de Fátima: sinais positivos animam arranque da nova campanha do azeite
Em contagem regressiva para o início da nova campanha de produção de azeite, a Cooperativa de Olivicultores de Fátima prepara-se para mais uma época de laboração intensa. O arranque da campanha está previsto para o final de setembro ou início de outubro, mas a labuta já começou. Na cooperativa, multiplicam-se as tarefas.
CARLA PAIXÃO
É tempo de afinar o lagar, verificar cada componente da linha de extração e assegurar que tudo estará pronto para, no momento certo, abrir as portas aos produtores que ali chegam com o fruto da colheita. Em breve, azeitona após azeitona dará lugar ao tão aguardado ouro líquido — o azeite novo que assinala, todos os anos, a tradição olivícola da região.
José Augusto Reis, presidente da Cooperativa de Olivicultores de Fátima, traça um retrato confiante da campanha que se aproxima, destacando a importância da inovação tecnológica, do compromisso com a sustentabilidade e da valorização do azeite da região em todo o processo olivícola. “Espero que esta seja a melhor das melhores campanhas. De longe!”, afirma com entusiasmo, reforçando que “Não há azeite como o nosso.”
Com passo firme e acelerado — mas com a paciência e sabedoria de quem carrega décadas de experiência — José Augusto guia-nos pelos bastidores da Cooperativa. Apresenta-nos as instalações, partilha a dinâmica da equipa e descreve, com detalhe e orgulho, todo o processo de transformação da azeitona: do olival ao lagar, e deste até à mesa do consumidor final.
Após a jornada da apanha da azeitona, o processo produtivo começa quando o fruto chega ao lagar. Independentemente do meio de transporte ou da quantidade entregue, “o importante é que a azeitona venha em boas condições, preferencialmente a granel, o que facilita a descarga e
manuseamento”. Em cerca de cinco minutos, a azeitona é descarregada, passando de imediato por um sistema de ventilação e lavagem que remove impurezas como pedras, folhas ou pequenos galhos. Noutros tempos “tinha de chegar limpa, agora não importa”. “Mesmo quando vem um cangalho com quatro ou cinco bagos, ele sacode-os no ventilador e a azeitona sai 100% limpa”, garante José Augusto. A seguir, há uma triagem visual e técnica que permite separar a azeitona por qualidade — extra virgem, virgem e inferiores. “Felizmente, nos últimos anos temos produzido quase exclusivamente azeite extra virgem”, sublinha o presidente.
Depois de extraído, o azeite é filtrado e armazenado em depósitos específicos, onde repousa para que atinja uma pureza ainda maior. A cooperativa desaconselha que os produtores levantem o azeite logo após a produção, recomendando que o deixem repousar. “Digo às pessoas: não têm necessidade de vir logo a correr buscar o azeite. Quanto mais tempo cá estiver, melhor qualidade.” Os depósitos são concebidos de modo a não permitir a retirada de produto junto ao fundo, onde se concentram pequenas impurezas. “Quando tiramos o azeite dos depósitos, é ouro autêntico. Puro, puro.”
(Artigo completo na edição de 05/09/2025)

