Bio Região – pela nossa saúde

Aprender a valorizar o que é nosso e reconhecer a qualidade

A recém-criada Bio Região de Ourém-Fátima realizou, na passada terça-feira, dia 12, a sua primeira festa, na antiga escola de Atouguia, com um seminário sobre o tema, uma sardinhada e muita música.

O vinho, o azeite e as leguminosas estiverem em destaque, num projeto que se quer partilhado com todos desde a produção, à confeção dos produtos, passando pela criação de pratos locais para atrair turistas

AURÉLIA MADEIRA

Sala cheia para ouvir falar sobre a Bio Região Ourém-Fátima e aquilo que ela pode trazer aos agricultores do concelho, mas também a todos aqueles que poderão, e deverão, vir a estar envolvidos neste novo processo de certificação de produtos agrícolas, trazendo-lhes uma mais-valia importante.

O primeiro a usar da palavra foi António Lopes, principal responsável pela criação desta Bio Região que, à semelhança do que tem vindo a fazer noutras ocasiões, apresentou os dados sobre a produção agrícola em Ourém, destacando o facto de ela vir a decrescer sendo apenas 50% da que existia há 30 anos.

Para isso, contribui a perceção dos agricultores de que, face às grandes superfícies, deixaram de ter quem lhes compre os produtos que produzem. Por outro lado, responsáveis de hotéis e restaurantes, queixam-se por não ter quem lhes ofereça produtos locais.

Ora, isto não tem que ser assim, acredita António Lopes. O engenheiro defende a necessidade de defesa dos produtos locais e diz mesmo que “é triste que quem valoriza mais os nossos produtos sejam as pessoas de fora”. Lamenta que “se valorize o que é de fora e não o que é de dentro, quando temos muitas coisas boas”, sendo que “um dos casos mais sintomáticos é a questão do medieval”. Afirma que este vinho, produzido apenas em Ourém, “é apreciado no mundo inteiro e nós aqui não o valorizamos”.

Quando os nossos produtores “vão para os Estados Unidos, vão para a Alemanha, vão para a França, é com aquele vinho que conseguem vender Ourém. Toda a gente fica admirada com a sua história, com a forma como é produzido e como conseguimos manter a história dos oitocentos anos. Isto é admirável e nós não damos valor a isso”, lamenta.

É que “nós temos património, temos tudo. Só não temos organização. E é isto que esta região vai tentar fazer. E esta organização tem de se fazer com todos os setores. Todos os setores têm de se juntar, todos os setores têm de falar”.

António Lopes fala da perigosidade, para a saúde, dos produtos que comemos cheios de agroquímicos, para salientar a importância de uma agricultura biológica livre deles.

(Notícia completa na edição do Notícias de Ourém de 14/08/2025)