Eleições autárquicas 

Sabe-se que é no outono deste ano, mas a data ainda não foi fixada. O mais provável é que as autárquicas decorram num dos primeiros fins-de-semana de outubro. E como o tempo tende a passar a correr, é natural que as forças políticas se estejam já a organizar para ter listas prontas dentro dos prazos. 

Em Ourém os primeiros anúncios couberam, como parece natural, à coligação que atualmente detém a maioria em praticamente todos os órgãos autárquicos. Depois de Luís Albuquerque se apresentar como o previsível recandidato à Câmara Municipal, por estes dias também João Moura confirmou a sua presença a disputar a Assembleia Municipal. E praticamente todas as juntas de freguesia já têm cabeça de lista designado pela coligação PSD/CDS, faltando apenas anunciar para a freguesia das Matas. 

É o dinamismo que se espera de uma força política fortemente implantada em Ourém. 

Depois há os outros casos. Do Chega, segundo partido mais votado no concelho nas últimas eleições legislativas, constou que já tem uma cabeça de lista para a Câmara Municipal, mas oficialmente não nos enviaram nenhuma informação. 

O MOVE já anunciou que não vai concorrer. O PS já há quatro anos revelou alguma dificuldade em apresentar listas a todas as freguesias e continua a deixar-nos em suspense quanto ao que irá acontecer este ano. A CDU, que tradicionalmente tem sempre marcado presença, agora sem o seu principal mentor em Ourém, Sérgio Ribeiro, terá de mobilizar muita energia para não ficar totalmente ausente. 

Enfim, em algumas freguesias poderá ocorrer a situação estranha de não haver mais do que uma lista a votação, numa reviravolta da democracia que nos faz refletir. Ainda que essa possível lista única fosse uma lista excecional, é frustrante pensar em eleições nessas circunstâncias, e lamentamos que não haja capacidade cívica de construir alternativas. Não é um bom sinal de saudável divergência democrática e revela que alguma coisa vai mal, especialmente dentro das maiores organizações partidárias. 

Numa sociedade pluralista seria de saudar uma eleição discutida, civilizadamente disputada, com candidatos e ideias alternativas. Aguardamos, portanto, que nos surpreendam pela positiva. 

JF