Cruz Vermelha denuncia pobreza estrutural em Portugal
Relatório social revela aumento generalizado da carência alimentar, crise habitacional, pobreza energética e solidão. Mulheres e famílias monoparentais são os rostos mais visíveis da vulnerabilidade
CARLA PAIXÃO
A pobreza em Portugal já não se limita aos sinais visíveis nas ruas ou nos centros urbanos. Está, cada vez mais, presente nas casas sem aquecimento, nas rendas por pagar, nas refeições que faltam à mesa e no silêncio da solidão. A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) traça este retrato a partir do contacto diário com milhares de famílias por todo o país — um cenário que o estudo Portugal, Balanço Social 2024 veio agora confirmar.
Carência alimentar: mulheres e famílias monoparentais são os grupos mais vulneráveis
Ao longo do último ano, a CVP apoiou mais de 35 mil pessoas com ajuda alimentar, através de 96 Estruturas Locais e um vasto leque de parcerias comunitárias. O Cartão DÁ CVP, uma resposta inovadora que promove autonomia e dignidade ao permitir a compra direta de bens essenciais, registou um aumento de 21% no número de beneficiários. Foram carregados mais de 626 mil euros, destinados sobretudo a mulheres e famílias monoparentais, grupos identificados como particularmente vulneráveis.

