Apollo “Era uma vez um país”

“Era uma vez um país onde não havia turmas mistas, onde as enfermeiras, telefonistas e hospedeiras da TAP não podiam casar, onde não era permitido grupos de pessoas juntarem-se para conversar, onde as mulheres só podiam viajar para fora do país com autorização escrita dos maridos, onde as mulheres só podiam votar se tivessem o ensino secundário”.  

O retrato da invisibilidade e da ausência da mulher no espaço público antes do 25 Abril e o que aconteceu após a Revolução dos Cravos deram o mote para o Grupo de teatro Apollo assinalar o primeiro aniversário do seu auditório, a 30 de abril.  

Por ocasião dos 50 anos do 25 de Abril, o retrato cinzento deste país subiu ao palco para terminar com luzes e cores e a distribuição de cravos vermelhos à plateia. O espectáculo que foi apresentado na Caminhada da Liberdade em 2022, a convite do Município, tornou-se um espetáculo ampliado com “testemunhos recolhidos” de Lurdes Trindade, Marciano, Sérgio Ribeiro, explicou Dora Conde, encenadora do Grupo de teatro Apollo e presidente da direcção do CCR Pêras Ruivas. “Esta foi a madrugada clara que permitiu às mulheres recuperar a sua identidade, respeito e direitos”, sublinhou.